fragmentos de vida (I)
A exposição a seguir inaugura uma série de informações que serão divulgadas pela Oficina das Origens a respeito dos registros de óbitos de militares e familiares existentes nos livros da igreja católica de Jaguarão.
Com o resgate dos nomes aqui destacados, pretendemos chamar a atenção para alguns breves fragmentos de vida que podem ter-se perdido ao longo da história.
No ano de 1881, Jaguarão foi definida no “Diccionario de Geographia Universal” como:
cidade e municipio da provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul (Brasil), na margem esquerda do rio do mesmo nome, a 28 kilom. acima da sua foz e a 166 da capital da provincia, a 32º 24’ Lat. S. O terreno em que se acha situada é algum tanto accidentado; a cidade é importante, não só por se achar collocada na fronteira do imperio, como pelo seu muito commercio com o estado oriental do Uruguay e com o interior da provincia. As ruas são muito regulares e limpas; possue alguns edificios publicos como a igreja matriz da invocação do Espirito Santo, a casa da camara, o mercado e o quartel. Tem 6:440 habit. livres e 1:636 escravos, com 1:011 fogos. Possue escolas publicas para ambos os sexos. É residencia de um regimento de cavallaria e de um batalhão de infanteria; séde de collegio eleitoral e cabeça de comarca judicial de 2ª entrancia. No seu distrito econtram-se minas de carvão de pedra. Tem communicações por barcos movidos por vapor com as cidades de Pelotas e do Rio Grande. Agencia de correio.
Dentre os vários aspectos que dão conta ao leitor sobre a localidade naquele ano, podemos salientar o número de habitantes e a destacada presença militar.
No Rio Grande do Sul, conforme o censo de 1872, havia 446.962 habitantes. (FEE. De Província de São Pedro a Estado do Rio Grande do Sul – Censos do RS 1803-150. Porto Alegre, 1981, p. 77) Ao resgatarmos os habitantes de Jaguarão, percebemos que os dados publicados em Portugal em 1881 reproduziram os de 1872. Portanto, estatisticamente, é no ano de 1872 que a população de Jaguarão contabilizava 8.076 habitantes, dividindo-se em 1.011 fogos, ou casas, com uma média de 8 moradores em cada casa.
Para se ter uma ideia, podemos comparar o número de habitantes Jaguarão com as seguintes localidades:
- Santa Maria: 8.273
- Viamão: 8.295
- Passo Fundo: 8.368
- Cruz Alta: 8. 402
- Santa Maria: 8.273
- Viamão: 8.295
- Passo Fundo: 8.368
- Cruz Alta: 8. 402
No que diz respeito aos militares na história da formação das fronteiras brasileiras, a presença do exército é uma exigência natural na defesa e proteção dos espaços.
Jaguarão é uma dessas cidades fronteiriças, cuja mobilidade da população militar é nitidamente observada nas informações que se seguem. Por isso, o objetivo de lançar alguns flashes sobre os registros de óbitos de militares foi a forma encontrada de trazer à tona personagens – às vezes desconhecidos – de uma história de migrantes em um território continental que encontraram sua sorte final em um local, quiçá, inesperado.
1873 e 1874: quantos eram?
Nos anos de 1873 e 1874, computou-se 405 registros de óbitos, sendo:
1873 | 1874 | |
Total de Registros | 208 | 197 |
Militares falecidos | 11 | 4 |
Familiares de militares | 9 | 13 |
Registros ligados a militares (%) | 9,61 | 8,63 |
Após o olhar geral, que seus personagens falem por si próprios...
1873 Militares |
Nome | Estado | Naturalidade | Outros |
André Avelino, Praça | Solteiro | Bahia | - |
Antônio Francisco Castilho, Capitão | Casado | Rio Grande do Sul | - |
Bernardo Cardoso, Praça | Solteiro | Maranhão | pardo |
Domingos João da Cruz, Cabo | Solteiro | Alagoas | preto; filho de João Bandeira |
José Inácio de Souza, Cabo | Solteiro | Minas Gerais | - |
Manuel da Cunha, Praça | Solteiro | Pará | - |
Manuel Pereira do Rosário, Anspeçada | Solteiro | Bahia | - |
Miguel Arcanjo Vieira, Soldado | Solteiro | Maranhão | filho de Bonifácio Vieira Viana |
Rafael de Souza Neto, Capitão | Casado | Rio Grande do Sul | - |
Sebastião Rodrigues Pereira, Soldado | Solteiro | Rio Grande do Sul | caboclo |
Teotônio Joaquim, Anspeçada | Solteiro | Rio de janeiro | - |
1873 Familiares de Militares |
Nome | Outros |
Blandina | Filha legítima de Valeriano Gomes de Meireles, Alferes |
Domício | Filho legítimo de Cândido Gaya Peçanha, Alferes |
Elísia Beatriz Dantas Barreto | Filha legítima de Emílio Dantas Barreto, Alferes |
Francisco | Nat. RS; Filho legítimo de Patrício da Costa Nunes, Capitão |
Manuel | Filho de Antônio Gonçalves da Silva, Soldado |
Manuel | Filho legítimo de Raimundo Nonato Pinheiro de Freitas, Alferes |
Maria | Filha natural de Manuel Querino de Almeida, Cabo |
Maria (parda livre) | Filha natural de Manuel Francisco da Paixão, Soldado |
Sérgio | Filho legítimo de João de Almeida Santos Velho, Alferes |
1874 Militares |
Nome | Estado | Naturalidade | Outros |
Francisco Augusto Ferreira e Silva Pernê, Alferes | Viúvo | Ceará | - |
José Inácio de Jesus, Soldado | Solteiro | Rio Grande do Sul | pardo |
Manuel Carrilho da Silva, Anspeçada | Solteiro | Maranhão | pardo; filho de Francisco Carrilho da Silva |
Manuel Emgídio do Bonfim, Soldado | Solteiro | Bahia | pardo |
1874 Familiares de Militares |
Nome | Outros |
Alberico | Filho legítimo de João Augusto Garcez, Tenente |
Carlota | Filha legítima de João Pereira de Araújo, Tenente |
Francisca Garcia dos Santos | Filha legítima de David Garcia, Major |
Gabriel | Filho legítimo de Manuel José da Rocha, Capitão |
Lourença | Filha legítima de Antônio Augusto Sarmento e Melo, Capitão |
Manuel | Filho legítimo de João da Costa Mayrinch, Alferes |
Manuel (pardo livre) | Filho legítimo de Joaquim Manuel Ribeiro, Tambor Mor |
Maria | Filha legítima de Patrício da Costa Nunes, Capitão |
Maria da Glória | Filha legítima de Higino Pantaleão da Silva, Tenente |
Maria José | Filha legítima de José Carlos Xavier dos Anjos, Alferes |
Maria José Gonçalves dos Anjos | Casada com José Carlos Xavier dos Anjos, Alferes |
Pedro | Filho legítimo de Venceslau José de Oliveira, Major |
Ramão (pardo) | Filho legítimo de Manuel Francisco da Paixão, Soldado |
Adoro saber da historia do nosso municipio...achei muito legal
ResponderExcluirAntonio Goncalves Da Silva es pai do Manoel 1873. Familiares Militares. Antonio casado con Maria da Conceicao Rodrigues Barbosa foram os pais do Dr Carlos Barbosa Goncalves. Nas genealogias surge so um irmao do Dr Barbosa llamado Jose mais no surgem outros. Eu se de um filho que tuvo estancia en Uruguay llamado Bento Goncalves Da Silva (igual ao General)casado con Sandalia Sanchez. Voces sabem donde encontrar outros filhos de Antonio e Maria Da Conceicao. Obrigado. Abraco.
ResponderExcluirOlá José, estou buscando outros filhos deste casal pois acredito que Maria da Conceição Barbosa Gonçalves, minha trisavó, era filha também deste casal,mas preciso de provas. abraço
ExcluirCaro Jose Luis, os registros de batismos dos filhos de Antonio e Maria podem ser encontrados na documentação de Jaguarão, Piratini e Pelotas, cujos livros podem ser pesquisados na Diocese de Pelotas.
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